Transtorno Afetivo Bipolar: entenda o que é e quais são suas características?


Transtorno Afetivo Bipolar: entenda o que é e quais são suas características?

Transtorno Afetivo Bipolar

Apesar de se falar pouco sobre, o Transtorno Afetivo Bipolar é uma doença relativamente comum, pois afeta cerca de 1,6% da população geral. Além disso, se trata de uma doença para a qual existe controle, mas que pode impactar significativamente a vida das pessoas afetadas e com quem elas convivem. Entenda mais sobre aqui.

O que é Transtorno Afetivo Bipolar?

O Transtorno Afetivo Bipolar é um distúrbio psiquiátrico marcado pela alternância (às vezes súbita) entre episódios de depressão e euforia, também chamado de mania ou hipomania. A pessoa pode apresentar períodos assintomáticos entre os episódios, e as crises podem variar de intensidade, frequência e duração.

Características

Essa doença acomete igualmente homens e mulheres e a idade de início costuma ser entre 20 e 40 anos. Geralmente, o quadro surge com uma fase de mania, de início súbito, e que pode durar de 2 semanas a 4-5 meses. Após o primeiro episódio de mania, há um risco de cerca de 90% dessa pessoa apresentar um segundo episódio em algum momento da sua vida. Os episódios depressivos costumam ter maior duração, podendo se estender a até um ano. Dentre aqueles que apresentam inicialmente um episódio depressivo, há uma chance de 5 a 15% de se tratar de um transtorno afetivo bipolar e não somente depressão.

Classificação

De acordo com os manuais internacionais de classificação diagnóstica de transtornos de saúde mental e outras doenças, o transtorno afetivo bipolar pode ser classificado em 4 tipos:

  1. Transtorno Bipolar Tipo 1 – O quadro se caracteriza por períodos de mania com duração mínima de 7 dias alternados com períodos de humor deprimido que podem se estender por semanas a meses. Em ambos os períodos os sintomas são intensos e provocam mudanças importantes no comportamento e conduta, podendo afetar dramaticamente os relacionamentos afetivos e sociais, assim como o desempenho profissional do paciente. A gravidade pode ser alta, com risco de suicídio e outras complicações psiquiátricas, muitas vezes exigindo internação hospitalar.
  2. Transtorno Bipolar Tipo 2 – Trata-se de episódios de depressão alternados com períodos de hipomania; estado leve de euforia, excitação, otimismo e, às vezes agressividade, sem comprometer comportamentos e condutas a ponto de prejudicar a funcionalidade do paciente;
  3. Transtorno Bipolar Não Especificado ou Misto – Sintomas sugerem Transtorno Afetivo Bipolar, entretanto não se manifestam em número ou em tempo suficiente para ser classificado em um dos dois tipos citados anteriormente.
  4. Transtorno Ciclotímico: Trata-se do quadro mais leve de todos, em que a pessoa apresenta oscilações crônicas de humor levemente deprimido com hipomania em curtos espaços de tempo, podendo ser no mesmo dia, inclusive. Muitas vezes esses quadros passam despercebidos, sendo essas pessoas entendidas como pessoas de temperamento instável e difícil.

 

Sinais e Sintomas

Os sinais e sintomas do transtorno vão variar conforme o estado em que o paciente se encontra e a gravidade do quadro (conforme explicado acima):

 

  • Depressão:
    • Humor deprimido;
    • Apatia;
    • Anedonia (desinteresse pelas atividades de lazer);
    • Isolamento Social;
    • Alterações do sono;
    • Alterações da apetite;
    • Redução da libido;
    • Culpa excessiva;
    • Ideação suicida.
  • Mania
    • Humor eufórico;
    • Autoestima elevada;
    • Pouca necessidade de sono;
    • Agitação psicomotora;
    • Aumento da libido;
    • Ideias descoordenadas, associado a desvio da atenção e fala compulsiva;
    • Irritabilidade e Impaciência;
    • Gastos descontrolados de dinheiro;
    • Delírios e alucinações.
  • Hipomania:
    • Sintomas semelhantes à mania, porém de apresentação muito mais leve e sem repercussão efetiva na vida pessoal e profissional do indivíduo.

Causas

Não há uma causa única conhecida e descrita para o transtorno afetivo bipolar. Contudo, fatores genéticos, associados a alterações em certas áreas do cérebro e nos níveis de vários neurotransmissores estão sabidamente envolvidos.

Pessoas geneticamente predispostas, podem manifestar o transtorno após exposição a eventos estressores e precipitantes, como durante o puerpério (período pós-parto); após o uso de medicações inibidoras da apetite; secundário a disfunções da tireoide etc.

Como é feito o Diagnóstico?

O diagnóstico do Transtorno Afetivo Bipolar é essencialmente clínico, baseado na história e no relato dos sintomas. Geralmente a entrevista é feita com o próprio paciente, entretanto a participação dos amigos e familiares nesses casos é de grande valia – tanto para o diagnóstico quanto para o controle da doença.

Diversos são os diagnósticos diferenciais e, portanto, o acompanhamento especializado a longo prazo é fundamental para a realização do diagnóstico correto.

Tratamento

O Transtorno Afetivo Bipolar consiste numa condição para qual não há cura, porém há controle de sintomas. O tratamento inclui psicoterapia, medicamentos e mudanças no estilo de vida. A essas pessoas é contra indicado o consumo de substâncias psicoativas, como café, álcool e outras drogas.

As medicações devem ser escolhidas individualmente, podendo ser utilizado desde estabilizadores de humor, como o lítio; a anti-convulsionantes, como o ácido valpróico. A psicoterapia é fundamental para a prevenção das crises e a garantia de adesão ao tratamento.

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