Surto Psicótico: como realizar a internação?


Surto Psicótico: como realizar a internação?

O que é um Surto Psicótico?

Um surto psicótico é um período de tempo delimitado em que alguém desenvolveu uma crença falsa devido a uma doença mental. Essas falsas crenças são, muitas vezes, extremamente irracionais e desconexas com a realidade. Também pode ser um momento extremamente desorganizado, em que a pessoa é incapaz de cuidar de si ou de se orientar no tempo ou no espaço.

Eles podem ser assustadores para quem está passando pela situação, e podem levar a um comportamento incomum ou violento na pessoa que os experimenta. Um surto psicótico pode ser muito difícil de recuperação, e a pessoa que está passando por um precisa de tratamento imediato.

Os surtos psicóticos acontecem mais frequentemente em pessoas que têm uma doença mental que desencadeou o surto. Por exemplo, há pessoas com transtorno depressivo ou bipolar que podem surgir repentinamente. Também podem ser acompanhados por confusão, afastamento de amigos e familiares e alucinações.

Quando a pessoa tem episódios psicóticos crônicos associados a outros sintomas (como redução do afeto), não falamos mais em surto psicótico, mas em transtorno psicótico, como a esquizofrenia. Os surtos psicóticos também podem acontecer em pessoas que utilizaram algum tipo de substância psicoativa, como:

  • alucinógenos (LSDs);
  • estimulantes (cocaína e anfetamina);
  • THCs (maconha e haxixe).

Por fim, principalmente em pessoas mais velhas, o episódio pode ser desencadeado por uma doença física, como infecções ou injúria renal aguda.

Por esse motivo, é importante saber o que é um surto psicótico e o que procurar se houver um ente querido passando por essa situação. E esse cuidado deve ser ainda maior em familiares que convivem com usuários de drogas. Além disso, se a pessoa coloca em risco a integridade física de si mesmo ou de terceiros, a internação psiquiátrica pode ser necessária até que o caso se estabilize.

Como identificar e o que fazer diante de um surto psicótico?

Provavelmente, você verá sinais de confusão, afastamento de amigos e familiares e alucinações. Também pode notar algo como paranóia, comportamentos estranhos, alteração no ciclo sono-vigília ou uma mudança extrema na personalidade.

Se alguém que você conhece está passando por um desses sintomas psicóticos, é fundamental procurar um hospital psiquiátrico urgentemente. A pessoa pode precisar ser hospitalizada por um período (desde alguns dias até internações mais prolongadas).

Você pode precisar chamar o SAMU ou outro serviço de remoção de urgência se seu ente querido estiver colocando em risco a si mesmo ou a outros.

Tipos de surtos psicóticos: quando internar?

Existem diferentes surtos psicóticos. O tipo específico dependerá da doença mental subjacente da pessoa que o experimenta. Eles podem variar de leves a gravíssimos, podendo ser muito complexos de tratar. Veja agora os mais comuns.

Surtos psicóticos do transtorno bipolar

O transtorno bipolar pode fazer com que uma pessoa experimente surtos psicóticos. Usualmente, eles ocorrem durante a fase depressiva do transtorno, mas também podem surgir durante a mania.

Nos pacientes bipolares, é comum aparecerem pensamentos suicidas. Nessa situação, a internação pode ser fundamental para evitar que a pessoa concretize as ideias de autoextermínio.

Catatonia

A catatonia acontece quando alguém, de repente, desliga e se desconecta do mundo exterior. Com isso, em geral, as pessoas são incapazes de se comunicar e podem precisar ser hospitalizadas. Afinal, tornam-se incapazes de se alimentar, por exemplo.

Abuso de substâncias

abuso de drogas pode levar uma pessoa a ter um surto psicótico. É provável que isso aconteça com o uso pesado ou prolongado. Ela pode experimentar alucinações ou delírios enquanto está “chapada”. Nessa situação, a internação vai ser necessária quando houver evidência de que o paciente pode se tornar agressivo com outras pessoas ou consigo mesmo.

Como internar o paciente?

Quando há evidências claras de que a pessoa está em um surto psicótico, em que coloca a si própria ou outras pessoas em risco, a internação é relativamente simples. Como ela está em um estado alterado de consciência, os familiares passam a ser responsáveis por ela. Então, podem tomar decisões que tragam benefício para sua saúde e integridade física.

Nem toda pessoa com surto psicótico precisará ficar internada por um período mais longo. Na Clinica Psiquiatrica busca-se a estabilização do paciente para que ele recobre um nível mais adequado de consciência. Enquanto isso não ocorrer, a permanência na instituição pode ser necessária.

Quando o quadro se estabiliza, a continuidade da internação pode ser feita a partir da:

  • internação voluntária — o próprio paciente concorda em se internar e se tratar durante o período. Isso acontece em muitos casos de pacientes sem um transtorno psicótico ou uma dependência química, visto que o surto traz uma grande preocupação com a própria saúde, e a pessoa ainda tem um bom insight sobre sua situação;
  • internação involuntária — não demanda uma autorização judicial, Isso pode ser feito a pedido dos familiares ou ser uma decisão da equipe que atendeu o paciente;
  • internação compulsória — ela é feita por um juiz competente para o ato após uma perícia médica ou laudo psiquiátrico que indique a impossibilidade de a pessoa cuidar de si adequadamente ou de tratar as condições que apresenta, como a dependência química.

Como escolher um hospital psiquiátrico?

A escolha da instituição de internação por surto psicótico é fundamental para as chances de recuperação do paciente. É preciso contar com uma instituição com:

  • infraestrutura adequada e acolhedora;
  • equipe multiprofissional capacitada e experiente;
  • ambiente calmo, propício para a recuperação emocional;
  • compromisso em aplicar tratamentos baseados em evidências científicas.

Dependendo do tipo específico de surto psicótico que você ou um ente querido enfrente, há uma variedade de opções de tratamento. A forma mais comum é a medicação e, em alguns casos, a internação para a estabilização do quadro. Isso pode variar dependendo da doença mental específica que está causando o episódio.

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